23 outubro 2006

Dos Canários para a Champions League

Muito cuidado com a procura do Mozart

"Domingo, 10 de Setembro de 2006. Estádio de Santiago Wanderers, Valparaíso, Chile. O clube local defronta o Colo Colo. Faltam menos de 15 minutos para terminar o jogo, e o treinador da equipa visitante, Cláudio Borghi, faz entrar um avançado de 14 anos. Nicolás Millán torna-se assim no estreante mais jovem da história do futebol chileno. A notícia de um menino entre profissionais chamou a atenção dos media em todo o mundo. De imediato começaram os adjectivos – “jovem-maravilha”, “menino-estrela”, etc. – e os rumores (como o interesse do Inter Milão em contratá-lo). O certo é que Millán jogou apenas 11 minutos, desperdiçou a única oportunidade clara de golo que teve, e desde então não voltou sequer a treinar com a equipa principal. Se jogou foi porque, para esse jogo, o Colo Colo tinha vários lesionados, outros tantos suspensos, e mais de um jogador em repouso antes de disputar o próximo encontro da Taça Sul-americana. Não é que este jovem seja uma invenção da imprensa ou que não tenha condições para triunfar. Mas… cuidado com a procura de um Mozart no futebol. A febre dos clubes por comprar – ou vender – o próximo Pelé ou Maradona (os quais se estrearam na primeira divisão pouco antes de cumprirem 16 anos) por vezes não tem limites. E assim se vão escrevendo histórias que, na sua maioria, têm um início maravilhoso e comentado, e um final silencioso e esquecido. Adu e MessiO norte-americano Freddy Adu estreou-se aos 14 anos como profissional, sendo apresentado como o novo génio do futebol mundial. Três anos depois, continua a jogar na Liga dos Estados Unidos, e nem sequer é titular na sua equipa, o DC United… No outro extremo está Lionel Messi, que foi comprado pelo Barcelona aos 13 anos, e hoje brilha em Espanha. Mas, claro, no caso dele esperou-se que amadurecesse a mente e o corpo (mais ainda pela doença hormonal que afectava o seu crescimento), e, três anos depois, pouco a pouco foram-lhe dando oportunidades. Hoje, com 19 anos, está no topo do futebol mundial. Para entrar em campo e enfrentar profissionais faz falta mais do que uma técnica apurada: resposta física e maturidade mental são igualmente fundamentais. Apressar a estreia de um jogador, por muito prometedor que pareça, pode inclusivamente ser prejudicial para a sua carreira. Uma preparação física e psicológica, antes de dar o grande passo ao profissionalismo, é a primeira coisa a fazer. E, aos 14 anos, ninguém a tem. O mesmo Nicolás Millán disse antes de se estrear: “Estou assustado, sou muito jovem.”"

In Sportugal.pt

E eu a espera que o Manchester me fosse buscar aos Canários.... Até hoje!

Aquele Abraço

1 comentário:

Gonçalo disse...

Há por aí muitos casos "Mozart"......basta lembrar, Rui Baião (futuro Platini), Diogo Luís (futuro R. Carlos), Mawete Jr (futuro Eusébio), Pepa (futuro Van Basten), Geraldo (futuro Baresi)...todos eles futuros craques mundiais...hoje trabalham no Lidl da Marateca.